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14.5.15

MARIA PAULA - FINAL

Aquele dia de Julho, amanhecera radioso, cheio de sol, e calor, contrastando com a tristeza, que Maria Paula carrega no seu coração, prenhe de saudades.
Como de costume tomou o pequeno-almoço com a família e depois seguiu para o emprego, acompanhada pelo irmão. Pedro entrava no escritório uma hora mais tarde, mas habituara-se a acompanhar a irmã, e gostava de o fazer. O caminho ficava mais curto, enquanto eles conversavam. Falavam da situação do país, dos seus empregos, dos sonhos que ele tinha de voltar à Universidade. Às vezes, dizia-lhe que era preciso esquecer, que devia arranjar um namorado. Ela limitava-se a sorrir com tristeza. Maria Paula, nunca amara ninguém até conhecer Diogo, e sabia, sentia-o dentro de si, nunca o iria esquecer. Ela era como seus avós. Mulher de um só amor, capaz de por ele viver, ou morrer. E o seu amor era Diogo.
Diogo! Que seria feito dele? Já teria regressado? E lembrar-se-ia dela? Maria Paula, tinha a certeza que sim. Ela, iria ser para sempre, uma lembrança no coração de Diogo, ainda que nunca mais se vissem, ainda que ele voltasse a apaixonar-se e casasse com outra. Ela não se casaria. Decidiu-o no dia em que acabara o namoro, seis meses atrás.
Que seria feito dele? Já teria terminado a comissão? Ela sabia que ele deveria voltar em Julho, mas com a situação a piorar dia após dia em Luanda, quem garantia que as datas seriam cumpridas?
Nunca um dia demorou tanto a passar. Sentia-se tensa, nervosa.
 Parecia-lhe que o ar estava carregado de electricidade, como se estivesse para se abater sobre ela uma tempestade. 
Às seis o irmão telefonou a dizer que tinha surgido um imprevisto, e portanto não a iria buscar.
“Mais essa” - pensou
Às sete despediu-se do patrão, que fechava a caixa, e saiu para a rua. Afastou uma madeixa de cabelo que lhe caia sobre o rosto, respirou fundo e encetou a caminhada rumo a casa.
- Maria Paula!
A jovem parou repentinamente como se um muro invisível a travasse. A voz soara nas suas costas com a força de um tiro, em noite calma. O coração batia freneticamente. O que era aquilo? Um sonho?
- Maria Paula!
Rodou sobre si mesma, e, o seu olhar mergulhou no olhar de Diogo.
Nada do que o jovem tinha ensaiado, precisou ser dito. Quando dois corações batem em uníssono, não são precisos discursos.  Depois ele abriu os braços e ela aninhou-se no seu peito, num abraço sem palavras, cada um ouvindo apenas, o coração do outro.



Fim  



Maria Elvira Carvalho

25 comentários:

Emília Pinto disse...

Querida amiga, antes de mais, obrigada por todo o carinho mostrado durante a minha ausência. Fiquei feliz por saber que estás a recuperar de problemas de saúde e que os exames têm dado resultado negativo. Espero que assim continue, pois a saúde é o que de mais precioso temos. Estive a reler a " Maria Paula " e fiquei contente com o final. Parabéns, Elvira e espero que a seguir nos brindes com um novo conto. Devagar estou recomeçando e ainda tenho muitos amigos para visitar. Fica bem! Um beijinho de grande amizade.
Emília

Emília Pinto disse...

Amiga, voltando um pouco atrás, aqui no Sexta, vi que ele completou 8 aninhos, a idade do meu neto. Estou aqui de novo para te dar os parabéns pelo belo trabalho e dizer-te que foi um grande prazer para mim ter-te conhecido. Espero que não faças como muitos, e continues por aqui: Não tenho face e por isso não trocarei este mundo pelo outro. Aqui conheci pessoas fantásticas que muito me têm enriquecido com as suas experiências de vida. Um beijinho muito especial, Elvira e obrigada por tudo.
Emília

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá Elvira! Como viste, desde o início que torci por este final, ou seja, a união do Diogo com a Maria Paula. Pelo visto, valeu a pena a minha torcida. Bela história/estória! Parabéns pela criatividade.

Obrigado pela visita e amável comentário deixado no nosso Literatura & Companhia ilimitada. Volte mais vezes, pois será sempre um prazer renovado.

Abraços,

Furtado.

Ana disse...

É um final bonito como seria de esperar :)

Janita disse...

Olá, Elvira!

Não acompanhei toda a história da Maria Paula, mas li alguns episódios e este fim está divinal.
Tudo fica bem quando acaba bem e o amor fiel e verdadeiro é recompensado.

Fico contente pelo resultado dos exames terem sido satisfatórios.
Desejo que tudo corra pelo melhor.

Gosto imenso da forma simples e directa como escreve, sem "rodriguilhos" e muita sensibilidade. Parabéns, Elvira.

Desejo-lhe tudo de bom e fico a aguardar novas publicações.

Beijinho.

chica disse...

Muito legal e adorei esse final! Não há necessidade de ensaios, grandes falas.Basta o amor viver! bjs, tudo de bom,chica

Majo disse...

~ ~ ~
~~ Foi divertido acompanhar o seu conto em fascículos.

~~ Aprecio a sua escrita criativa, parabéns pelo talento.

~ ~ ~ ~ Abraço amigo, com desejo de melhoras. ~ ~ ~ ~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Rogério G.V. Pereira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rogério G.V. Pereira disse...

Todos os exercícios de escrita valem a pena. E se incidem sobre o passado recente, mais ainda. Por isso o seu conto vale pelos dois aspectos que referi, a ainda por me ter prendido aqui.

Pelo caminho fui comentando. Deixei até a promessa de vir a fazer um post sobre essa Luanda (que ainda ama) e que não me é estranha. E porque o que prometo cumpro, Domingo é um bom dia para tal assunto.

Ah, e gosto de finais felizes, nestes dias incertos!

Pedro Coimbra disse...

Fez-me lembrar Murakami (1Q84)
Conhece?
Bfds

Mariavaicomasoutras disse...

Lindo, a expressão de sentimentos pelas palavras.
Venha a seguinte.

Beijinho

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

andei a ler o que ainda não tinha lido, e ainda bem que acabou tudo em bem.
muito talento para a narrativa tem a Elvira.
bom fim de semana.
beijo
:)

Edum@nes disse...

Dois, apaixonados, corações,
abraçados num encontro feliz
terão acabado as preocupações
porque o destino assim o quis!

Tenha uma boa noite e um bom fim de semana, amiga Elvira, um abraço.
Eduardo.

Graça Sampaio disse...

Um bom final feliz!! Muito bonito, Elvira. A menina escreve muito bem. Parabéns.

Beijinho

António Querido disse...

Final feliz para ela, que com amor e paciência esperou e muita felicidade para ele que voltou!
Infelizmente não aconteceu com todos os que partiram, outras houve que não souberam esperar.
Com o meu abraço, um bom fim de semana.

Laura Santos disse...

Um final mais que merecido para Diogo e Maria Paula. E a demonstrar que nunca se deve desistir do amor.
Uma bela história que acabou bem!
Bom fim de semana, Elvira.
xx

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Bela e começou divertida cada qual seu histórico.

aluap disse...

Fiquei contente com este final, nem podia ser diferente!
O amor, a emoção falou mais alto!
Bom fim de semana, Elvira.

Luma Rosa disse...

Eeeeeeeeeeeee!! Adoro final feliz!! Ou seria o começo de uma grandiosa história?
Folgo em saber que os resultados dos exames foram bons!!
:)
Bom fim de semana!!
Beijus,

esteban lob disse...

Muy tierno final, Elvira.Hermosa historia en total.

Lua Singular disse...

Oi Elvira,
Quase deu pra chorar, sou muito emotiva.
Que os dois sejam felizes para sempre.
Lindo final até me arrepiou,.
Parabéns Elvira
Você é um modelo de superação intelectual e força de vontade.
Beijos no coração
À noite converso com você no faceebok.

lis disse...

Gostei desse final feliz,Elvira
Ah tomara mais histórias reais terminem assim _ que o amor prevaleça,
meu abraço e obrigada por escritas tão boas de ler ,que nos oferece.

MARILENE disse...

É importante prosseguir e manter as esperanças. Depois dos percalços, o final feliz, que sempre me agrada. Bjs.

Teresa Brum disse...

Que lindo!
Desistir de um amor é loucura, que bom que souberam esperar o momento do encontro, muito lindo querida Maria Elvira.
O amor sempre vence.
Grande beijo no coração e parabéns!

Fátima Pereira Stocker disse...

Elvira

Ainda bem que a sua saúde começa a recuperar.

Se é verdade, como há quem sustente, que um texto é o retrato de quem o escreveu, então a minha amiga é pessoa de uma ternura inesgotável, cheia de paz que transmite aos outros.

Um grande beijo