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19.3.18

A TRAIÇÃO - PARTE XXVII







As quarenta e oito horas seguintes correram sem problemas, a paciente foi transferida para o quarto onde  o marido ou a filha, estavam praticamente o dia todo com ela. Oito dias depois, D. Arminda teve alta e regressou a casa.
 João voltou a contratar os serviços de uma enfermeira, para que a sua sogra tivesse o melhor tratamento até à sua recuperação total que andaria pelos três meses. Assim deixava Odete mais livre e sobretudo, o sogro podia retomar o trabalho sabendo que a esposa estava a ser bem tratada.
Aos poucos a vida foi retomando a normalidade, mas João começava a desanimar, pois apesar de todos os seus esforços, Odete não dava mostras de querer retomar a vida matrimonial, e ele não compreendia o que se passava, pois tinha a certeza de que a mulher o amava, e o desejava com a mesma intensidade de outros tempos. Ele sentia-o. Porém ela resistia, e ele estava a ficar desesperado.
Acabara de chegar do hospital e como era hábito ultimamente a esposa ainda não tinha regressado da casa da mãe. A senhora continuava a ter a companhia constante da enfermeira e estava cada dia melhor mas a filha passava mais tempo com ela, do que na sua casa. Às vezes pensava que ela só estava ali, pela chantagem que fizera com ela.
Sentado no sofá da sala, ouviu a chave na porta, sinal do regresso de Odete, pois a empregada só trabalhava de manhã.
- Boa tarde. Pensei que ainda não tinhas chegado.
- E eu pensei que estavas em casa. Passas demasiado tempo com a tua mãe, que tem quem cuide dela e que está quase boa.
- Queres proibir-me de a ir ver?
- Não ponhas na minha boca, coisas que eu não disse. Alguma vez te proibi alguma coisa, desde que casámos?
- Não? – Perguntou irónica.
Ele recordou a viagem de regresso de Aveiro, quando disse que não admitia encontros ou telefonemas com outro homem enquanto estivesse com ele, mas optou por não responder. Não queria de modo algum começar uma discussão. Estendeu o braço e puxou-a, fazendo com que se desequilibrasse e caísse a seu lado no sofá. Segurou o seu rosto entre as mãos e beijou-a. Não era a primeira vez que a beijava desde a sua volta. Mas desta vez não foi um beijo suave, carinhoso. Aquele foi um beijo intenso, simultaneamente apaixonado e desesperado. Ela não o repeliu. Pelo contrário devolveu o beijo com a mesma intensidade, enquanto as suas mãos acariciavam a nuca do marido, e o seu corpo se apertava contra o dele.
De súbito, o amor e a tensão sexual acumulada entre eles explodia com tal intensidade que não havia força humana capaz de os deter.



DIA 19 DE MARÇO - DIA DO PAI
Porque hoje é um dia triste, o meu pai partiu há 9 anos, não interrompi a novela para um post alusivo ao dia. Apesar disso quero desejar a todos os amigos que por aqui passam, um feliz dia.



15 comentários:

Manu disse...

Finalmente ela cedeu e parece que o amor venceu.

Feliz dia do Pai apesar de tal como tu, o meu também já partiu, mas ambas sabemos que estão sempre presentes.

Um Abraço

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Que bom que tudo está a correr bem com a, mãe de Odete.
Ela e o marido já estão mais unidos, mas ainda falta falar sobre a traição.
Como reagirá João? Será que Odete vai dizer-lhe o que a fez afastar-se?
Beijinhos,
Ailime

Pedro Coimbra disse...

Lamento que esta data evoque memórias tão más.
Este pai festeja duas vezes.
Março (Portugal) e Junho (Macau).
Boa semana

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Tintinaine disse...

O coração não cedeu ainda, mas a carne é fraca e foi essa a brecha que ele encontrou para a conquistar de novo. Odete está presa na teia como uma mosca indefesa. O fim aproxima-se.

Fatyly disse...

Apesar de Odele ter cedido não acredito que esta união tenha pernas para andar:)))

A todos os pais (o meu já partiu há quase 20 anos) deixo um abraço e que todos os dias nunca deleguem e ou se esqueçam do seu dever como pais.

Teresa Isabel Silva disse...

Bem finalmente ela cedeu à paixão, agora vamos ver se é para durar!

Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

chica disse...

Gostei de ver que se ajeitaram esses dois...

Pena as saudades da data! Parabéns aos papais de Portugal! bjs, chica

Larissa Santos disse...

Muito bem. Penso que se começam a entender. Mas será que chegam aos finalmente??
Adorei

Hoje:- Saudosa Viagem...

Bjos
Votos de uma boa Segunda-Feira.

AFlores disse...

Boa semana, tudo de bom.
Bem-haja pela partilha.

Cidália Ferreira disse...

Boa tarde!!

Bem, pelo menos já existe intensidade ....Looool Depois de tudo ter corrido bem, só espero uma boa conversa e um final feliz.

Beijo e uma excelente semana.

Meu Velho Baú disse...

Um beijinho Elvira neste caso de Saudade pelo Pai.
O meu também me deixou à quase 6 anos ....mas estará sempre presente no coração.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Uauuuu que beijo mais intenso, explodiu tuuuudo!
Apesar de teu pai já está na eternidade, tal qual o meu, desejo um feliz dia dos pais. Tenho muita saudade do meu!
Beijos carinhosos!

Portuguesinha disse...

Elvira, o seu pai foi uma das "personagens" da primeira sua história que acompanhei. Sinto-o como uma personagem mas também como um ser humano que existiu e que, pelo que contou, era de facto uma pessoa admirável de quem os filhos só podiam gostar muito.

Um grande beijo para si!


PS: Deixo o final ao seu critério. Ou o romance fica romance e acaba bem como os romances acabam, ou imita demasiado a vida parva que levamos e dois apaixonados, casados e desimpedidos vivem infelizes e separados para todo o sempre :)))

redonda disse...

Isto está a ir bem para o final feliz...espero